Controlar a imensa vontade de comer doces ao longo do dia pode ser um desafio para muitas pessoas. No entanto, esse desejo excessivo por açúcar pode sinalizar algum problema de saúde que requer atenção e cuidados.
De acordo com o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Josemar de Almeida Moura, convidado da semana do podcast “Saúde com Ciência”, a vontade de comer doces pode ter vários fatores relacionados, como hábitos culturais para aqueles que são acostumados a ingerir muito açúcar desde criança, e até problemas emocionais.
“Episódios de compulsão, depressão e ansiedade muitas vezes levam o indivíduo a buscar uma compensação através de uma ingestão calórica excessiva. E o açúcar não está fora disso, ele gera uma certa saciedade e satisfação”, afirma.
Além de problemas emocionais, o desejo por doces também pode sinalizar outros problemas graves de saúde, como o diabetes. O professor explica que um dos sintomas comuns da doença é a fome intensa.
“No caso do diabético, quanto mais ele come, mais ele sente fome. E a insulina não dá conta de ‘trabalhar’, não tem uma quantidade suficiente dela. A insulina não é colocada para dentro da célula e faz o açúcar ‘sobrar’ no sangue. Por isso, a célula do indivíduo não consegue ‘enxergar’ esse açúcar, o que gera mais fome, mais vontade de comer doces”, explica Josemar.
Outros sintomas do diabetes:
- sede e fome intensa;
- ganho de peso, em um primeiro momento, e perda de peso em pouco tempo;
- urina em excesso.
Atenção: muitas vezes, os sintomas do diabetes não aparecem no início da doença, mas sim quando já está em um estágio mais avançado. Por isso, caso perceba esses sinais, procure um médico.
O que fazer?
Para as pessoas que não tem problemas com o consumo de açúcar, como diabetes e obesidade, ou não possuem risco familiar dessas doenças, é recomendado um consumo moderado de doces. O melhor momento para consumi-los é após alguma refeição, especialmente depois do almoço.
“Isso porque a quantidade de açúcar que você come vai ser misturada com o bolo alimentar que, muitas vezes, trazendo fibras, acaba ‘sequestrando’ um pouco desse açúcar e absorvendo menos dele, de forma mais lenta”, afirma o professor Josemar.
Além disso, distribuir melhor as refeições ao longo do dia, evitar ficar muito tempo em jejum e substituir o doce por uma fruta são opções para quem deseja diminuir o consumo de doces.
Entretanto, apenas mudanças no hábito alimentar não são suficientes para melhorar quadros de compulsão alimentar. Nesses casos, o professor recomenda procurar um acompanhamento psicológico.
“Se o indivíduo tem algum problema, depressão ou ansiedade, que possa levar a uma compulsão alimentar, dificilmente vai tratar apenas com mudanças no comportamento e no dia a dia. Eventualmente, pode ser necessário tratamento dessas condições ao mesmo tempo”, conclui.
Já para aqueles que tem diagnóstico ou histórico familiar de diabetes e obesidade também é recomendado um acompanhamento médico.
Fonte: Faculdade de Medicina da UFMG
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