Microplástico é detectado no cérebro humano pela primeira vez

Microplástico é detectado no cérebro humano pela primeira vez

Dr. Paulo Lara
Dr. Paulo Lara
Curiosidades
26 Setembro 2024
Microplástico é detectado no cérebro humano pela primeira vez

Pela primeira vez, pesquisadores encontraram microplástico no cérebro humano. O estudo, feito na Faculdade de Medicina da USP em parceria com a Universidade Livre de Berlim, analisou o cérebro de 15 pessoas falecidas que moravam em São Paulo. Em oito deles foram encontrados resíduos de microplásticos, como fibras e partículas, com o polipropileno sendo o tipo mais comum. Essa substância, utilizada em roupas e embalagens, pode ser inaladas, mesmo por quem não tem contato direto com a indústria.

 

As partículas encontradas são fragmentos de plástico menores que 5 milímetros, com tamanhos entre 5.5 a 26.4 nanômetros. Elas já foram detectadas em órgãos como pulmões e corrente sanguínea, mas a presença no cérebro é especialmente preocupante, dado que o sistema nervoso é um dos mais protegidos do corpo. O estudo buscava entender como esses materiais conseguem ultrapassar a barreira hematoencefálica.

 

O artigo publicado no Journal of the American Medical Association sugere que a via olfativa pode ser uma das rotas de entrada dos microplásticos no cérebro, já que fragmentos foram encontrados no bulbo olfatório, que processa odores. A via sanguínea ainda precisa ser estudada para avaliar como esses materiais conseguem passar pela barreira de proteção do cérebro.

 

Embora já existam pesquisas que indicam efeitos prejudiciais dos microplásticos em outros sistemas, ainda faltam evidências claras sobre seus impactos no sistema nervoso. Pesquisas iniciais em animais sugerem que o microplástico pode ser neurotóxico, resultando em alterações no comportamento e lesões celulares.

 

Essas partículas podem ser absorvidas pelas células e afetar seu metabolismo, elevando os riscos à saúde, especialmente em crianças. A exposição contínua aos microplásticos é associada a consequências graves, como distúrbios endócrinos e redução da fertilidade.

 

Os resultados do estudo ressaltam a urgência de repensar o uso do plástico na sociedade. Com mais de 500 milhões de toneladas de plástico produzidas anualmente, as pesquisas pedem ações globais para proteger a saúde humana e o meio ambiente, especialmente em relação à fabricação e descarte de produtos plásticos.

 

Fonte: Jornal USP

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