Durante as últimas décadas, aprendemos que o consumo calórico e a manutenção do peso corporal poderiam ser regulados por simples cálculos matemáticos, como uma ciência contábil. Porém, segundo a doutora Fatima Cody Stanford, especialista em obesidade e professora de medicina e pediatria na Harvard Medical School, essa ideia sobre calorias é errada e ultrapassada.
Apesar de parecer óbvia no papel, a queima de calorias está vinculada a vários fatores, desde o tipo de alimento que é consumido até variações metabólicas características de cada indivíduo e do tipo e da saúde da flora intestinal.
De acordo com Stanford, mesmo realizando uma conta meticulosa de gastos calóricos, os resultados não são exatos e a técnica deveria ser desconsiderada. Isso acontece principalmente por causa dos três citados acima: microbioma intestinal, metabolismo e qualidade alimentar.
Intestino
A digestão não é feita só por você. Em seu intestino, vivem trilhões de micro-organismos que realizam parte importante da tarefa de absorver nutrientes e usar calorias de certos alimentos. Os pesquisadores descobriram que as pessoas têm diferentes tipos de organismos vivendo dentro delas e que isso interfere no ganho de peso.
Metabolismo
Genes, ambiente e comportamento interferem na característica metabólica do indivíduo e, consequentemente, na estabilidade do peso. Por isso, sem uma adaptação metabólica adequada, pode ocorrer o “efeito sanfona” mesmo usando a calculadora para regrar diariamente a entrada e a saída de calorias.
Alimentação
A qualidade do alimento ingerido pode interferir mais do que a quantidade calórica. Uma pesquisa veiculada na publicação acadêmica “Cell Metabolism” mostrou que refeições com o mesmo número de calorias e quantidades semelhantes de sódio, gordura e fibra causaram efeitos diferentes nos participantes (homens e mulheres) do estudo. As pessoas que comeram alimentos mais naturais perderam peso.
Stanford afirma que a chave não é contar calorias, mas a escolha dos alimentos –carnes magras, grãos inteiros e muitas frutas e vegetais em sua forma natural– e a realização de, pelo menos, 150 minutos de exercícios de intensidade moderada por semana.
Fonte: Cataca Livre.