Você é o que você come?

Você é o que você come?

Dr. Paulo Lara
Dr. Paulo Lara
Alimentação
06 Setembro 2024
Você é o que você come?

Vamos ser honestos: Quem nunca sentiu culpa após comer alguma comida considerada gordurosa? Ou então ficou orgulhoso por ter escolhido uma fruta ao invés de um doce? Por que, então, o contrário não acontece, e por que dividimos os alimentos assim? Estamos acostumados a considerar alguns alimentos como prejudiciais, e outros como benéficos ao nosso organismo, mas, na verdade, não é tão simples assim.

Comer olho de tigre para ter uma melhor visão, pata de urso para ser mais forte, ossos de vacas velhas para viver mais anos… parece loucura, certo?

 

Bom, “você é o que você come”, certo? Esta é uma frase que escutamos muito, mas acredito que não paramos para refletir sobre o que realmente é ser o que você come, e isso tem um grande impacto nas nossas escolhas e no nosso comportamento alimentar. Segundo o autor Alan Levinovitz, “você é o que você come” é um pensamento que deriva de uma superstição antiga e praticamente universal de que poderíamos absorver as qualidades físicas – e morais – de um alimento, como, por exemplo, comer pata de urso para aumentar sua força.

 

E quando pensamos nessas práticas podemos achar que nós não estamos mais sob influência de pensamentos desse tipo. Mas reflita: Quantas vezes você já ingeriu algum alimento gorduroso e acreditou que aquela gordura estava toda se depositando no seu abdome? Quantas vezes, você já se pegou pensando que se você comer gordura, você ficará gordo? E que se você comer carne magra, ficará magro? Quantas vezes já passou à sua mente que uma pessoa magra só come coisas magras, e que uma pessoa gorda só come coisas gordas? Quantas vezes, você já nomeou algum alimento como “engordativo” pelo seu teor de gorduraQuando falamos em comer olho de tigre para melhorar a visão, até nos parece absurdo. Mas quando pensamos em comer menos gordura para sermos menos gordos, parece fazer sentido, certo?

 

Talvez agora parando para pensar de forma analítica, você concorde que o açúcar e a gordura têm funções importantes no seu corpo, e não são necessariamente a causa da obesidade como costumamos pensar. Pensando com análise e crítica, conseguimos perceber como o “você é o que você come” não faz sentido: uma pessoa magra não comerá apenas coisas magras, afinal ela também precisa de gordura para seu organismo funcionar. No outro sentido, o mesmo ocorre: uma pessoa gorda pode se alimentar muito bem, de tudo.

 

Por fim, a expressão não compreende a complexidade do ganho de peso ou obesidade, e pode agravar o problema ao incentivar dietas restritivas e um relacionamento conturbado com a comida. Para entender melhor, devemos ampliar nossos questionamentos: “Como você come?”, “Por que você come?”, “Você tem fome do quê?”, “O que os alimentos significam para você?” e “Como você lida com a comida?”. Essas perguntas podem nos guiar melhor na busca por soluções.

 

Fonte: Nutrijr.ufsc

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