Fome ou vontade de comer?

Fome ou vontade de comer?

Dr. Paulo Lara
Dr. Paulo Lara
Alimentação
05 Julho 2024
Fome ou vontade de comer?

Quem não conhece a expressão: “juntou a fome com a vontade de comer”?

Empregamos esse termo quando queremos dizer que duas pessoas têm os mesmos interesses e ao se unirem, potencializam este desejo. De fato, tanto a fome como a vontade de comer tem por objetivo ingerir alimentos. Entretanto, suas motivações são completamente diferentes.

 

Fome

A fome é biológica. A sensação de fome se manifesta quando permanecemos por longos períodos sem nos alimentar.

Quando a taxa de açúcar no sangue fica baixa, nosso organismo entende que está faltando energia para manutenção das funções vitais e então emite sinais para o corpo. Podemos sentir o estômago roncando, sensação de fraqueza, dor de cabeça, lentidão nos reflexos, dor abdominal, dificuldade em raciocinar, entre outros sintomas. Nesta situação, qualquer alimento é bem aceito.

 

Vontade de comer

Por outro lado, a vontade de comer é psicológica e está intimamente ligada às nossas emoções. Quem nunca sentiu desejo de comer algo mesmo tendo acabado de fazer uma refeição?

A vontade, em geral, escolhe alimentos mais palatáveis. Ou seja, saborosos, como chocolates e doces, muito calóricos e pouco nutritivos. Não é qualquer alimento que sacia a vontade de comer. Por que será que isso acontece?

 

Quebra de tabus

Durante muito tempo, tratou-se a obesidade como uma questão de ordem moral, como se a pessoa acima do peso simplesmente fizesse a escolha racional de comer alimentos calóricos em excesso mesmo sabendo que isso é prejudicial a sua saúde. Esta crença legitimou, por muitos anos, o preconceito com a pessoa obesa.

Com a evolução da medicina e psicologia foi possível constatar que, na grande maioria dos casos, existe um fator psicológico que impede aquela pessoa de resistir à sua vontade de comer. Por que isso acontece com algumas pessoas?

 

Alimentando sua emoção

Desde crianças, o nosso alimento está associado a crenças e emoções: a simbologia do leite materno, aquele doce que ganhou do avô, a macarronada aos domingos em família, a carne que era repartida entre os irmãos ou aquela guloseima que sua família nunca podia comprar.

Todas essas lembranças estão presentes nas nossas memórias afetivas e são capazes de nos transmitir sensações, como acolhimento, alegria e prazer.

Em alguns momentos da vida, desequilíbrios emocionais fazem com que muitas pessoas busquem o prazer da comida, minimizando um sentimento ruim que estão vivenciando. Ansiedade, raiva, tristeza, frustração podem desencadear uma busca frenética por consumir determinado alimento para compensar aquela emoção.

Um estudo americano do comportamento compulsivo na alimentação, criou o termo em inglês “craving foods” para o desejo incontrolável de comer certos alimentos. E foi além, sugere uma lista dos alimentos mais desejados pelas pessoas e quais emoções estariam motivando esse desejo.

O desejo incontrolável por chocolate, por exemplo, seria a busca por prazer momentâneo, seguro e de fácil acesso, quando faltam momentos de prazer na vida daquela pessoa. O desejo por doces seria a busca por momentos de alegria e diversão, enquanto a vontade incontrolável por bolos ou alimentos à base de farinhas, como pães e pastas, seria a necessidade de se ter segurança e conforto.

Apesar de não ser considerada uma doença na área médica, existem relatos de profissionais que consideram o “craving food” como um distúrbio de comportamento, podendo gerar doenças, como obesidade, prejudicando a saúde e desencadeando outras doenças.

Vale ressaltar que é normal sentir vontade de comer determinados alimentos de vez em quando. Esse hábito se torna nocivo apenas quando é constante, duradouro e incontrolável, passando a prejudicar nossa saúde ou vida em sociedade.

Fique atento aos comportamentos alimentares, analise o que está motivando sua alimentação. Tente entender os sinais do seu corpo e manter hábitos saudáveis.

Por fim, procure a ajuda de um profissional da área da saúde sempre que achar necessário.

Fonte: Fundação Cargill

 

Notou que está comendo exageradamente? Agende sua consulta agora e aprenda como driblar esses impulsos alimentares de forma equilibrada e saudável.

Sua melhor sensação é um corpo saudável.

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